Foto: Facebook/Reprodução |
Na página do Anonymous Recife no Facebook, uma publicação denuncia também o sumiço de um jovem identificado como Alê, membro do grupo e do movimento Resistência Pernambucana. Ele já foi encontrado, mas estava desacordado em uma rodovia da capital com sinais de espancamento.
O jovem teria sido sequestrado em frente a sua residência por policiais que estavam em um carro preto 4x4. De acordo com fontes do Diario, a mãe de Alê testemunhou a ação e ouviu quando os policiais disseram que o jovem era terrorista e seria levado como preso de estado.
Membros do Anonymous, que se comunicam via internet através de um programa chamado Raidcall com funcionamento semelhante ao Skype, informaram que a mãe do rapaz teria percorrido dez delegacias em busca do filho e não conseguiu localizá-lo. Após a procura, a família foi informada de que o rapaz foi encontrado. No post, compartilhado 137 vezes em apenas uma hora, inclusive pelo Anonymous Brasil, há a denúncia de que muitos integrantes da Resistência Pernambucana estão "sendo cassados" pela polícia.
Às 23h, o grupo atualizou a informação dando detalhes do sumiço de Alê. De acordo com a última postagem, Alê foi encontrado vivo, mas aterrorizado. A polícia teria ido até a casa do rapaz em um carro grande, preto, sem placas, acompanhado por uma viatura. No depoimento, eles informam que, ao chegar em casa, Alê teria sido derrubado por três homens que estavam no carro preto. Ele foi algemado, tentou se levantar, mas foi golpeado na cabeça e jogado dentro do carro preto. Os homens teriam colocado um capuz em sua cabeça e o levaram para um lugar desconhecido onde o rapaz teria levado muitos choques e pancadas. "Uma verdadeira sessão de tortura para extrair informações, com perguntas se ele era o líder do anonymous ou do black bloc", detalha a postagem.
Após ter sido encontrado, o rapaz foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento não informada. Ainda no post, o movimento informa "eles não podem fazer o que querem. Governador, nova ditadura? Não esquecemos, não iremos perdoar".
Polícia
Questionado sobre a denúncia pela equipe de reportagem do Diario de Pernambuco, o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, informou que não tem conhecimento deste tipo de conduta por parte dos policiais. O gestor disse ainda que o inquérito que investiga ações de vândalos durante as manifestações corre conforme os preceitos da lei e as diligências continuam. "Não há nada oficial sobre isso. Nenhuma informação sobre tortura contra integrantes de movimento por parte de policiais, tampouco sobre sequestros. Qualquer fato desta natureza deve ser formalizado em denúncia para a Corregedoria da SDS", ressaltou.
Fonte: Diário de Pernanbuco