Marcos Arcoverde/Estadão |
Cabral anexou à mensagem artigo do jornalista e escritor Ruy Castro publicado na ''Folha de S. Paulo'' que diz que os Black Blocs, grupo de jovens mascarados acusados de promover depredações, "hoje já não passam de 200", mas "são suficientes para subjugar os demais 5.999.800 com que convivem".
"Não consultei o governador, mas tenho certeza de que ele não vai se opor (ao projeto)", disse Melo. "A gente admira as manifestações, mas os arruaceiros acabaram com os protestos, as pessoas têm medo de ir para as ruas. Os professores fazem manifestação e não acontece nada, tudo pacífico. Esse projeto é para garantir as manifestações. O que me inspirou foi ver três mascarados, com coturnos e mochilas, saindo de um prédio perto da minha casa, em Copacabana, prontos para entrar em ação. Se, para fazer um show, todos os agentes públicos têm de ser comunicados, o mesmo vale para as manifestações."
Se o projeto for aprovado e sancionado pelo governador, o Rio será o segundo Estado a proibir mascarados em manifestações - o primeiro foi Pernambuco, onde a Polícia está autorizada a agir se pessoas com rosto coberto insistirem em participar de protestos. Desde que cessaram as grandes manifestações, o Rio tem sido palco do maior número de protestos, muitos deles com quebra-quebra e confrontos entre manifestantes e policiais. Uma boa parte deles, pedindo o impeachment do governador, sob o mote "Fora, Cabral", têm resultado em confusões e depredações no bairro de Laranjeiras, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo estadual. No Centro da cidade, alguns bancos e lojas já nem retiram mais os tapumes de proteção das vitrines.
Fonte: Estadão